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Professor. Mestre e Doutorando em Educação. Amante da Família e dos amigos verdadeiros! Idealizador do movimento "O tempo não pode parar!" Site: www.professorzuzu.com

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A QUEM INTERESSA O VOTO NULO?


Ultimamente, temos presenciado manifestações públicas, defendendo com efêmera conveniência, o “voto nulo” nestas eleições municipais de Uberaba, inclusive por parte de profissionais da política que edificaram suas carreiras às custas de votos válidos. 

Embora o “voto nulo” esteja previsto em nossa Democracia, para não dizer apenas que se trata de um ato irresponsável, tal postura é covarde, abstém o cidadão de cumprir seu dever social e ainda; sobrepõe os caprichos particulares e individuais aos interesses coletivos, resultando a recusa da participação popular e a reivindicação dos seus direitos.

Para compreensão melhor da questão, comentaremos acerca da relação “igualdade versus liberdade”, tão bem debatida pelo pensador político francês, A. Tocqueville, ao dissertar seus preceitos sobre Democracia, senão vejamos:
A igualdade, que torna os homens independentes uns dos outros, leva-os a contrair o hábito e o gosto em obedecer exclusivavente a sua vontade, em suas ações particulares. Esta independência total, da qual desfrutam continuamente, face a face com seus pares e na sua prática de vida privada, os inclina a considerar com insatisfação toda autoridade e logo lhes sugere a ideia e o amor pela liberdade política. (TOCQUEVILLE, 1961:t. I, v.1) 

E continua a argumentação, o referido escritor:
Dentre todos os efeitos políticos que a igualdade de condições produz, este amor pela independência é o que primeiro chama a atenção e o que mais assusta os espíritos inseguros, e não se pode dizer que isto seja absolutamente despropositado, pois a anarquia possui feições mais assustadoras entre os países democráticos que em outra parte. Como os cidadãos ficam sem nenhuma ação uns diante dos outros, no instante em que se subtrai o poder nacional que mantém todos em seus lugares, parece que a desordem atingirá em breve a sua culminação e que, se cada cidadão se retirar para o seu lado, o corpo social de repente se reduzirá a pó. (idem, 1961: t. I, v.1)


Stuart Mill, um dos pensadores mais influentes do século XIX,  ao se referir sobre a importância do voto, defende que não se trata de um direito natural; e sim, uma forma de poder.
Não devem existir párias em uma sociedade adulta e civilizada. (…) As pessoas que, sem consulta prévia, se apoderam de poderes ilimitados sobre os destinos dos outros degradam os seus semelhantes. (…) É natural que os que são assim degradados não sejam tratados com a mesma justiça que os que dispõem de uma voz. Os governantes e as classes governantes têm a necessidade de levar em consideração os interesses e os desejos dos que exercem o direito de voto; mas os interesses e os desejos dos que não o exercem está a seu critério atendê-los ou não, e, por mais honestamente intencionados que sejam, geralmente estão ocupados demais com o que devem levar em consideração para terem tempo para se preocupar com o que podem negligenciar impunemente. (MILL, 1981: 89)


Desta forma, o voto nulo não exclui a possibilidade de outros que votam validamente decidirem por todos. Aliás, permite livremente àqueles que opinam no processo eleitoral “correrem o risco” de se escolher desastrosamente nossos governantes; talvez, viabilizando tranquilamente, a eleição de oportunistas, políticos demagogos e sem compromisso com a coletividade.

Contudo, o exercício do voto válido é uma responsabilidade consigo mesmo, com a sua família, amigos, colegas de trabalho, ou seja, com o nosso povo. Votar nulo significa anular o compromisso com a vivência e convivência, significa anular nosso direito de exigir políticas públicas e negar dias melhores em nossas vidas! 


REFERÊNCIAS:

MILL, J. S. Considerações sobre o governo representativo. Brasília/DF, UnB, 1981.

TOCQUEVILLE, A. De la democracie em Amérique. Paris, Gallimard, 1961.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O 18 BRUMÁRIO DE LUIS BONAPARTE E O “PMDB DE ANDERSON ADAUTO”. ILUSÃO E APARÊNCIA? OU MERA COINCIDÊNCIA?

O texto “O 18 Brumário de Luís Bonaparte” foi publicado por Karl Marx, em 1852 e descreve um golpe de Estado recém-ocorrido na época, na França, por Carlos Luís Napoleão Bonaparte (Napoleão III); assim como fez 48 anos antes, seu Tio, o Grande Napoleão Bonaparte.

Essa “coincidência” ou “repetição” de Napoleões no poder, inspirou MARX (1851-1852, cap. I, p. 03) a elaborar certas reflexões quanto à análise científica da realidade, considerando a afirmativa de Hegel, onde “os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem duas vezes; todavia, acrescentando que a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”.

Aliás, o que Marx fez nesta obra de mais revolucionário foi perceber:

Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. 
(MARX, 1851-1852)


Explicando melhor, (CARLOS, 2006) apesar de serem atores da história, as pessoas só são capazes de agir nos limites que a realidade impõe, através das condições; e não, baseadas em desejos ou meros caprichos e atos individuais. E quiçá, seja o maior erro cometido pelo Alcaide, ignorar a realidade concreta.

Desta forma, utilizaremos a mesma metodologia, isto é, a concepção materialista da história, para correlacionar a “cena política” e comentar, ainda em tempo, sobre a tentativa frustrada de o atual Prefeito dominar o PMDB de Uberaba e “lançar” o seu candidato neste processo eleitoral.

Outrossim, continuando nossa argumentação, o genial autor considera a “cena política” nas sociedades capitalistas, como um espaço de luta entre partidos e organizações, uma espécie de superestrutura. Seria como fosse uma realidade superficial, enganosa (BOITO Jr., 2002) e deve ser desmistificada e desmascarada no intuito de acessar-se a realidade profunda encoberta pelas aparências e ilusões. Contudo, a análise científica social elucidaria os reais interesses, conflitos e pretensões. E também talvez, seria o segundo maior erro do atual Chefe do Executivo, acreditar em sua própria fantasia.

Retomando o caso concreto, conforme já mencionado, ignorar a realidade concreta e suas condições, em favor de uma “cena política” (na concepção de Marx nas sociedades capitalistas), onde o Senhor Prefeito criou uma estrutura artificial em seu partido (na época, o PMDB), atribuindo uma superestrutura paralela à realidade profunda, desconsiderando seus estatutos, regimentos, realizando uma Convenção Eleitoral fictícia, de aparências, confundindo os eleitores com o seu candidato/secretário; e principalmente, atropelando suas principais lideranças locais, especialmente, o Deputado Paulo Piau e o Vereador Tony Carlos, foram equívocos irreversíveis.

Esse exercício de desmascaramento não é uma imputação coercitiva, é resultado da conclusão decorrente da análise do discurso e da prática política no cotidiano. A realidade superficial está subordinada à realidade profunda, que independe das vontades. Ademais, nesta dialética entre realidade superficial e realidade profunda, um dos principais personagens nestas eleições, fracassou porque o fundo do problema não seria apenas convencer seus aliados e a maioria dos partidos da base de sustentação de seu Governo quanto à sua cena política; e sim, a impossibilidade de conciliar seus interesses individuais e intenções com esses principais partidos (destacando particularmente: o PR e o PCdoB).

Enfim, igualmente como Marx observou, servindo de uma metáfora teatral; assim como Napoleão III, Anderson Adauto agora usa a candidatura do PT, tenta construir sua imagem de grande super-herói; contudo, devendo temer o desenrolar desta encenação teatral como um ato e entreato trágico, dramático ou até mesmo cômico.

REFERÊNCIAS:

BOITO JR, Armando. Cena política e interesse de classe na sociedade capitalista – comentário em comemoração ao sesquicentenário da publicação de O Dezoito Brumário de Luis Bonaparte. Revista Crítica Marxista Brasil. Volume 15. UNICAMP. Campinas/SP. 2002.

CARLOS, Cássio Starling. O 18 Brumário de Luís Bonaparte: A discreta farsa da burguesia. São Paulo, 2006.

MARX, Karl. O 18 Brumário de Luís Bonaparte. Tradução revista por Leandro Konder. Traduzido do original inglês The eighteenth Brumaire of Louis Bonaparte. 1851-1852.