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Professor. Mestre e Doutorando em Educação. Amante da Família e dos amigos verdadeiros! Idealizador do movimento "O tempo não pode parar!" Site: www.professorzuzu.com

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A QUEM INTERESSA O VOTO NULO?


Ultimamente, temos presenciado manifestações públicas, defendendo com efêmera conveniência, o “voto nulo” nestas eleições municipais de Uberaba, inclusive por parte de profissionais da política que edificaram suas carreiras às custas de votos válidos. 

Embora o “voto nulo” esteja previsto em nossa Democracia, para não dizer apenas que se trata de um ato irresponsável, tal postura é covarde, abstém o cidadão de cumprir seu dever social e ainda; sobrepõe os caprichos particulares e individuais aos interesses coletivos, resultando a recusa da participação popular e a reivindicação dos seus direitos.

Para compreensão melhor da questão, comentaremos acerca da relação “igualdade versus liberdade”, tão bem debatida pelo pensador político francês, A. Tocqueville, ao dissertar seus preceitos sobre Democracia, senão vejamos:
A igualdade, que torna os homens independentes uns dos outros, leva-os a contrair o hábito e o gosto em obedecer exclusivavente a sua vontade, em suas ações particulares. Esta independência total, da qual desfrutam continuamente, face a face com seus pares e na sua prática de vida privada, os inclina a considerar com insatisfação toda autoridade e logo lhes sugere a ideia e o amor pela liberdade política. (TOCQUEVILLE, 1961:t. I, v.1) 

E continua a argumentação, o referido escritor:
Dentre todos os efeitos políticos que a igualdade de condições produz, este amor pela independência é o que primeiro chama a atenção e o que mais assusta os espíritos inseguros, e não se pode dizer que isto seja absolutamente despropositado, pois a anarquia possui feições mais assustadoras entre os países democráticos que em outra parte. Como os cidadãos ficam sem nenhuma ação uns diante dos outros, no instante em que se subtrai o poder nacional que mantém todos em seus lugares, parece que a desordem atingirá em breve a sua culminação e que, se cada cidadão se retirar para o seu lado, o corpo social de repente se reduzirá a pó. (idem, 1961: t. I, v.1)


Stuart Mill, um dos pensadores mais influentes do século XIX,  ao se referir sobre a importância do voto, defende que não se trata de um direito natural; e sim, uma forma de poder.
Não devem existir párias em uma sociedade adulta e civilizada. (…) As pessoas que, sem consulta prévia, se apoderam de poderes ilimitados sobre os destinos dos outros degradam os seus semelhantes. (…) É natural que os que são assim degradados não sejam tratados com a mesma justiça que os que dispõem de uma voz. Os governantes e as classes governantes têm a necessidade de levar em consideração os interesses e os desejos dos que exercem o direito de voto; mas os interesses e os desejos dos que não o exercem está a seu critério atendê-los ou não, e, por mais honestamente intencionados que sejam, geralmente estão ocupados demais com o que devem levar em consideração para terem tempo para se preocupar com o que podem negligenciar impunemente. (MILL, 1981: 89)


Desta forma, o voto nulo não exclui a possibilidade de outros que votam validamente decidirem por todos. Aliás, permite livremente àqueles que opinam no processo eleitoral “correrem o risco” de se escolher desastrosamente nossos governantes; talvez, viabilizando tranquilamente, a eleição de oportunistas, políticos demagogos e sem compromisso com a coletividade.

Contudo, o exercício do voto válido é uma responsabilidade consigo mesmo, com a sua família, amigos, colegas de trabalho, ou seja, com o nosso povo. Votar nulo significa anular o compromisso com a vivência e convivência, significa anular nosso direito de exigir políticas públicas e negar dias melhores em nossas vidas! 


REFERÊNCIAS:

MILL, J. S. Considerações sobre o governo representativo. Brasília/DF, UnB, 1981.

TOCQUEVILLE, A. De la democracie em Amérique. Paris, Gallimard, 1961.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O 18 BRUMÁRIO DE LUIS BONAPARTE E O “PMDB DE ANDERSON ADAUTO”. ILUSÃO E APARÊNCIA? OU MERA COINCIDÊNCIA?

O texto “O 18 Brumário de Luís Bonaparte” foi publicado por Karl Marx, em 1852 e descreve um golpe de Estado recém-ocorrido na época, na França, por Carlos Luís Napoleão Bonaparte (Napoleão III); assim como fez 48 anos antes, seu Tio, o Grande Napoleão Bonaparte.

Essa “coincidência” ou “repetição” de Napoleões no poder, inspirou MARX (1851-1852, cap. I, p. 03) a elaborar certas reflexões quanto à análise científica da realidade, considerando a afirmativa de Hegel, onde “os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem duas vezes; todavia, acrescentando que a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”.

Aliás, o que Marx fez nesta obra de mais revolucionário foi perceber:

Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. 
(MARX, 1851-1852)


Explicando melhor, (CARLOS, 2006) apesar de serem atores da história, as pessoas só são capazes de agir nos limites que a realidade impõe, através das condições; e não, baseadas em desejos ou meros caprichos e atos individuais. E quiçá, seja o maior erro cometido pelo Alcaide, ignorar a realidade concreta.

Desta forma, utilizaremos a mesma metodologia, isto é, a concepção materialista da história, para correlacionar a “cena política” e comentar, ainda em tempo, sobre a tentativa frustrada de o atual Prefeito dominar o PMDB de Uberaba e “lançar” o seu candidato neste processo eleitoral.

Outrossim, continuando nossa argumentação, o genial autor considera a “cena política” nas sociedades capitalistas, como um espaço de luta entre partidos e organizações, uma espécie de superestrutura. Seria como fosse uma realidade superficial, enganosa (BOITO Jr., 2002) e deve ser desmistificada e desmascarada no intuito de acessar-se a realidade profunda encoberta pelas aparências e ilusões. Contudo, a análise científica social elucidaria os reais interesses, conflitos e pretensões. E também talvez, seria o segundo maior erro do atual Chefe do Executivo, acreditar em sua própria fantasia.

Retomando o caso concreto, conforme já mencionado, ignorar a realidade concreta e suas condições, em favor de uma “cena política” (na concepção de Marx nas sociedades capitalistas), onde o Senhor Prefeito criou uma estrutura artificial em seu partido (na época, o PMDB), atribuindo uma superestrutura paralela à realidade profunda, desconsiderando seus estatutos, regimentos, realizando uma Convenção Eleitoral fictícia, de aparências, confundindo os eleitores com o seu candidato/secretário; e principalmente, atropelando suas principais lideranças locais, especialmente, o Deputado Paulo Piau e o Vereador Tony Carlos, foram equívocos irreversíveis.

Esse exercício de desmascaramento não é uma imputação coercitiva, é resultado da conclusão decorrente da análise do discurso e da prática política no cotidiano. A realidade superficial está subordinada à realidade profunda, que independe das vontades. Ademais, nesta dialética entre realidade superficial e realidade profunda, um dos principais personagens nestas eleições, fracassou porque o fundo do problema não seria apenas convencer seus aliados e a maioria dos partidos da base de sustentação de seu Governo quanto à sua cena política; e sim, a impossibilidade de conciliar seus interesses individuais e intenções com esses principais partidos (destacando particularmente: o PR e o PCdoB).

Enfim, igualmente como Marx observou, servindo de uma metáfora teatral; assim como Napoleão III, Anderson Adauto agora usa a candidatura do PT, tenta construir sua imagem de grande super-herói; contudo, devendo temer o desenrolar desta encenação teatral como um ato e entreato trágico, dramático ou até mesmo cômico.

REFERÊNCIAS:

BOITO JR, Armando. Cena política e interesse de classe na sociedade capitalista – comentário em comemoração ao sesquicentenário da publicação de O Dezoito Brumário de Luis Bonaparte. Revista Crítica Marxista Brasil. Volume 15. UNICAMP. Campinas/SP. 2002.

CARLOS, Cássio Starling. O 18 Brumário de Luís Bonaparte: A discreta farsa da burguesia. São Paulo, 2006.

MARX, Karl. O 18 Brumário de Luís Bonaparte. Tradução revista por Leandro Konder. Traduzido do original inglês The eighteenth Brumaire of Louis Bonaparte. 1851-1852.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

VEJA: A REVISTA DO PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

DIRETOR DEMITIDO DA FUNDAÇÃO CULTURAL DESABAFA.

Antigo integrante do governo municipal – desde o início do primeiro mandato do prefeito Anderson Adauto (PMDB) –, o advogado Wellington Félix Cornélio, o Zuzu, foi exonerado do cargo de diretor de Relações Institucionais que ocupava na Fundação Cultural. A baixa na administração é apontada como reflexo da decisão do seu partido, o PCdoB, de marchar com o candidato peemedebista à sucessão municipal, Paulo Piau.
AA trava uma briga na Justiça contra o parlamentar visando a emplacar o nome do advogado Rodrigo Mateus à sucessão municipal. A coligação que sustenta o nome de Piau é integrada pelo PR, PP, DEM, PSC, PTdoB, PMN e o PCdoB, partido cuja presidente, Sumayra Figueiredo, tem feito críticas ferrenhas às posições de Anderson Adauto, inclusive desde quando ele apresentou seu candidato, até a decisão de ingressar na Justiça para derrubar a intervenção que aprovou a candidatura do deputado.
Os comunistas até então eram base do Governo AA. Em nota à imprensa, Zuzu abriu o verbo, revelando que foi exonerado porque o PT, ainda no grupo, não admitia sua permanência na Fundação Cultural por causa do apoio a Piau.
Segundo o comunista, a ação teve a anuência de Adauto. “O prefeito, atendendo à ditadura petista, o jeito petista de governar, assinou minha exoneração no dia 20 de julho, sem sequer falar comigo”, desabafou.
Zuzu ainda questiona se ameaça a confiança de Anderson ou se poderá comprometer os últimos meses de sua administração apoiando um nome do PMDB, que é base do Governo Dilma Rousseff, com quem “ele [o prefeito] arrumou uma briguinha pessoal”. E mais: após fazer um apanhado da história que viveu com AA e o PT – de aprendizado, seguido da decepção –, volta a perguntar se essas relações foram tão "plásticas ou descartáveis".
Fonte: Jornal da Manhã. Renata Gomide.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

CARTA ABERTA: EM DEFESA DA DEMOCRACIA... EM DEFESA DA CULTURA...!


No ano de 1993, quando iniciei minha vida política, eu era Presidente do Grêmio Estudantil do Colégio N. S. das Graças e conheci o Deputado Estadual Adelmo Carneiro (já era Deputado pelo PT). Nesta época, convidei-o a proferir uma palestra aos alunos da minha sala, do 2º Colegial, sobre Democracia. Eu estava ingressando no PCdoB!

Dois anos depois, em 1995, já universitário, estudante de Direito, eu fui eleito Diretor da União Estadual dos Estudantes (UEE/MG), tive contato com um deputado polêmico na cidade. Este deputado oferecia um serviço de “kombis” para transportar as pessoas carentes aos hospitais e tinha sido secretário do Prefeito Wagner Nascimento. Sim, era o Sr. Anderson Adauto, que posteriormente, tornou-se Presidente da ALEMG e abriu aquela "Casa de Leis" para os movimentos sociais do Estado de MG, na luta contra o neoliberalismo e o Governo FHC. Virei grande admirador deste deputado e grande parceiro em suas lutas e batalhas, juntamente com meu Partido Estadual, o PCdoB/MG, representado, na ocasião, pelas ilustres figuras do Deputado Sérgio Miranda e Deputada Jô Moraes.

Em 2000, eu era Diretor de Cultura da UEE/MG e fiz parte do time de apoiadores de Anderson Adauto para Prefeito. Infelizmente, perdemos a eleição, mas o futuro nos reservava dias melhores. Nestas eleições conheci, um senhor, sério, de poucas palavras, era advogado e Secretário Geral do PT, Fábio Macciotti. Eu me formei no final de 2000 e no ano seguinte, comecei advogar no seu escritório, onde construí minha carreira e permaneci até 2006.

Recentemente, ironicamente estes mesmos personagens (estas 03 figuras: "meus companheiros") se uniram e novamente "marcaram" mais uma passagem em minha vida. Na última terça-feira, dia 17, este mesmo advogado, Fábio Macciotti (mencionei acima: trabalhei com ele, no início da minha carreira), agora Presidente da Fundação Cultural, onde fui nomeado Diretor, desde outubro de 2005, chamou-me em seu gabinete e me disse que o seu partido (PT) (este mesmo, que sou aliado há muitos anos) e a “Coordenação da campanha” do Adelmo (aquele que eu contei no início da história, que fez palestra sobre Democracia e parece que agora tem que voltar para o banco da Escola para reaprender o sentido desta palavra) queriam minha demissão, pois não se admitiria quem estivesse apoiando o Piau, continuar no Governo. Eu o questionei se o Anderson Adauto (aquele deputado polêmico, que tornei parceiro, hoje Prefeito) concordava com esta orientação, por que não havia me ligado ou conversado comigo pessoalmente e quando seria. O Dr. Fábio, que sempre economizou suas palavras, respondeu apenas, que o Sr. Prefeito concordava e que era uma demissão imediata.

Portanto, amigos e amigas, a partir desta semana, estarei “fora” da Fundação Cultural. O Prefeito atendendo a “ditadura petista”, o “jeito petista de governar”, assinou minha exoneração no dia 20 de julho, sem sequer falar comigo.

Ora, é sabido que o cargo é de confiança e de livre nomeação do Prefeito, mas será que ameacei sua confiança? Será que poderei comprometer o final do seu Governo, nos próximos 03 meses, apoiando um candidato (aliás, do seu mesmo Partido e da base do Governo Dilma) que ele arrumou uma briguinha pessoal? Será que as nossas relações foram tão "plásticas", "descartáveis" ou como diria na antropologia, “utilitarista”? Eu ainda penso que "NÃO".

Deixo a Fundação melhor do que encontrei em 2005. Popularizamos a Política Cultural, oportunizando novos agentes culturais no cenário da cidade, atendendo as mais variadas correntes culturais, ampliando as ações e a participação popular. Criamos mais canais de interlocução e parcerias com o Ministério da Cultura, Secretaria de Cultura do Estado de MG e outros órgãos públicos e privados; e ainda, uma relação mais cotidiana com estes parceiros. Organizamos uma política de recursos humanos, finanças e procedimentos, com critérios jurídicos e moralização da máquina pública, com transparência. Criamos a Comissão Permanente de Licitações da Fundação Cultural, dinamizando os trâmites dos procedimentos licitatórios. Colaboramos para a Institucionalização das Políticas Públicas Culturais do Município, para a implementação do Sistema Municipal de Cultura, Fundo Municipal de Cultura e Lei de Incentivo.

Enfim, deixo como legado o Ponto de Cultura (Mutirão de Cultura), a Rede de Pontos de Cultura (tão importante para o desenvolvimento econômico, profissional dos nossos agentes culturais da cidade) e o Pontão de Cultura do Triângulo, onde somando todos estes programas, chegamos a mais de 2 milhões de reais captados no Ministério da Cultura, que colaboramos diretamente.

Fiz inúmeros amigos, companheiros de verdade, nas horas mais difíceis. Sem eles não realizaria nada do que foi dito, especialmente, meus colegas: Antônio Carlos, Cida, Charlles, Dilu, Lisete, Maria Angélica, Murilo, Silvestre e Sueli. Não poderia deixar de agradecer toda equipe, desde do servidor mais simples ao mais graduado. Agradeço também todos Presidentes que servi e ofertaram sua confiança: Além Mar, Gonzaga e Rodrigo.

Saio da Fundação melhor do que entrei. Mais maturo, compreendendo melhor as relações sociais, o processo de formação cultural nestas relações, a questão do pertencimento, das tradições, da construção de signos e símbolos e principalmente, compreendendo a necessidade de elevar cada vez mais, o debate sobre Cultura, como questão central no desenvolvimento humano.

Desta forma, saio da Fundação, continuando sempre minha luta em defesa da Democracia e sempre em defesa da Cultura, numa perspectiva, “que dias melhores virão” e que os ditadores sucumbirão, através da vontade soberana do povo.

Uberaba, 23 de julho de 2012.

Saudações Culturais e Socialistas,
Wellington Félix Cornélio (Zuzu)
Advogado e Cientista Social
Secretário de Organização - PCdoB/Uberaba.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

QUINO CHEGA AOS 80, MAFALDA AVANÇA PARA OS 40 FORA DOS QUADRINHOS

Quino, o pai da Mafalda, a lendária menina rebelde dos quadrinhos, completa 80 anos nesta terça-feira (17), recluso com a sua timidez em sua casa em Mendoza, oeste da Argentina, sem saudades da sua personagem que lhe rendeu fama mundial.


Joaquin Lavado, conhecido como Quino, disse que chegou aos seus 80 anos "como um goleiro que não sabe onde a bola entrou", mas sua vida como cartunista está cheia de criações maravilhosas, e no topo está Mafalda, a menina que continua a cativar milhões de leitores ao redor do mundo com suas reflexões afiadas que ridicularizam o mundo dos adultos.

Embora a história tenha sido traduzida para 15 idiomas e tenha deixado de ser publicada há quase 40 anos, Quino se sente aprisionado pela associação automática de si mesmo com a famosa personagem, ainda viva por meio de inúmeras edições e cuja figura aparece em pratos, cadernos, calendários e outros produtos.

Talvez por isso, surpreenda ao confessar, no dia de seu aniversário de 80 anos, que, mais do que a feroz menina que tira a roupa da classe média, prefere a Liberdade, uma utópica rebelde que se opõe a tudo o que é estabelecido.

"A Mafalda eu desenhei desde o início até o final das tirinhas por dez anos. Por outro lado, a Liberdade eu desenhei no final das tiras, e, claro, com essa personagem me sinto melhor", disse Quino sobre a série publicada entre 1964 e 1973 nas revistas semanais argentinas Primera Plana e 7 Días e no jornal El Mundo.

Em sua casa em Mendoza, cidade na fronteira com o Chile, onde nasceu em 17 de julho de 1932, Quino afirma que não pode mais usar o seu talento, porque as limitações físicas o incomodam e confessa que ainda tem ideias, mas se pergunta: "Por que me acontecem coisas que eu não posso mais desenhar?".

Também não se dedica a atender novos artistas, porque se considera "muito introvertido", uma marca de sua personalidade que o levou a rejeitar ou aceitar relutantemente homenagens e outras celebrações.

Direto, declara que a única coisa que a idade proporciona, e que não é "porcaria", é "um melhor entendimento da música que ouviu por toda vida", acrescentando, em entrevista publicada nesta terça-feira no jornal Clarín, que não "é o mesmo que escuta Beethoven que o de 20 ou 40 anos atrás".

O artista ganhou notoriedade internacional em 1969 com a publicação na Europa de "Mafalda, a rebelde", com prefácio de Umberto Eco, que definiu a pequena como "uma heroína zangada que recusa o mundo como ele é, reivindicando seu direito de continuar a ser um menina e que não quer assumir um universo corrompido pelos pais".

Em 1954, Quino foi viver em Buenos Aires, onde publicou histórias em vários veículos, mas depois do golpe de Estado em março de 1976, que instaurou uma ditadura militar na Argentina, mudou-se para Milão com a sua esposa Alicia, já acompanhados pela fama de Mafalda.

Em sua carreira de mais de 50 anos, Quino publicou vários livros de humor como "Eu não grito!" (1972), "Bem, obrigado e você?" (1976), "Nem arte nem parte" (1981), "As pessoas em seu lugar" (1986), "Potentes, prepotentes e impotentes" (1989), "Não fui eu" (1994) e "Quem está aí? "(2012).

Suas tiras também apareceram há anos na edição de domingo do Clarín e do jornal espanhol El País.

Para além do que diga ou sinta o seu autor, parece difícil separar Quino de Mafalda. Uma vez, questionado por Julio Cortázar sobre a personagem que lançou o desenhista à fama, o escritor respondeu em tom de brincadeira: "Isso não tem a menor importância. O que importa é o que a Mafalda pensa de mim".

FONTE: PORTAL VERMELHO
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=188747&id_secao=11

segunda-feira, 28 de maio de 2012

ALFREDO BOSI: A SOCIOLOGIA DA LITERATURA, IDEOLOGIA E CONTRAIDEOLOGIA.

Ao conceder entrevista ao Jornal Gazeta do Povo/Rascunho, reproduzida no Portal Vermelho (ambos na rede mundial de computadores – Internet), o professor e crítico literário brasileiro Alfredo Bosi falou sobre seu mais recente livro, Ideologia e Contraideologia (2010), e destacou ainda, o que denomina de sociologia da literatura.
A. Bosi teve uma formação inicial com as obras de Benedetto Croce, autor que defendia puramente a estética e insistia na separação, na divisão: “Ciência é ciência, filosofia é filosofia, sociologia é sociologia, arte é arte. Arte é imagem e sentimento. As ciências humanas têm uma relação direta com a realidade, ou procuram ter, e têm obrigação de dar ao seu leitor a veracidade de suas conclusões.”
Inobstante as posições de Croce, o grande professor foi desenvolvendo novas percepções, estabelecendo um diferencial entre universo literário (ou de imaginação) e as relações da literatura com a cultura e a antropologia; ou como explica melhor, um universo que projeta a subjetividade e, paralelamente, a algo público, uma atmosfera cultural, social, pública.
Revelou que, ao longo de sua vida, sentia-se um mal-estar com esta dicotomia e problematizou: ou se estabelecia uma autonomia da escrita de tudo que ficava em torno, o estético; ou o contrário, colocava-se “luz no período todo”, onde deveria ser considerado pelos autores, valores e ideias do universo, o que seria a posição da sociologia da literatura, do marxismo; em geral, das posições culturalistas.
Por muitos anos, tal inquietude fez parte da trajetória de A. Bosi, que teorizando Adorno (marxista da Escola de Frankfurt que valorizou a subjetividade, do ponto de vista individual) em: “a grandeza do poema é aquilo que a ideologia esconde”, sentiu-se um pouco mais confortável com tal epígrafe.
Mas foi quando, ironicamente recorrendo ao autor de sua formação inicial, Croce, que obteve exatamente a resoluta lição: “devemos separar conceitualmente poesia e não-poesia.”.
É justamente nesta oportunidade, com a divisão entre universo literário e sociologia da literatura, que compreendeu a separação de outros dois importantes conceitos, o que chamou em termos sociológicos e modernos, “separar ideologia e contraideologia.”.
Entre outras palavras, A. Bosi traduziu o que Adorno se referia acima, “a contraideologia é um movimento individualizante que faz com que o singular apareça; aquele singular que parecia inteiramente absorvido pela universalidade da ideologia dominante está lá, pulsando. E é ele que vai dizer coisas que durante séculos e séculos serão repetidas e a gente vai ler e vai se comover com aquilo.”
Desta forma, convencido da importância, superadas as dicotomias e divisões, entendendo o processo de percepção da realidade, o exímio crítico literário voltou-se para o mundo dos valores, das ideologias, concluindo que era preciso, em cada período, as tendências contrastantes de ideologia e contraideologia.
A partir daí, houve sempre uma preocupação em mostrar o traço sociológico, o traço social e histórico, a “sociologia da literatura” e isso estabeleceu um novo “olhar literário” e uma nova forma de produção intelectual na contemporaneidade.

sexta-feira, 30 de março de 2012

A QUEM INTERESSA 14 VEREADORES?

O grande Montesquieu, se vivesse em Uberaba, nesses tempos, ficaria, no mínimo, confuso em relação à postura da maioria dos vereadores em NÃO aprovar o aumento das cadeiras legislativas.
O proficiente escritor, ao conceber sua consagrada Teoria da Separação dos Poderes, procurou especialmente oportunizar o equilíbrio entre os poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), garantindo liberdade ao cidadão para se sentir seguro com o Estado, em suas relações harmônicas.
Outro princípio que o autor procurou desenvolver (e até mesmo assegurar), com a mencionada Teoria, seria o da Moderação (dos Poderes); isto é, além da harmonia e independência, “controlar o peso da força de cada poder, um em relação a outro”. E é sob este aspecto que gostaríamos de refletir a respeito.
Uberaba, uma cidade com mais de 300.000 habitantes e mais de 200.000 eleitores, com um Executivo forte e dinâmico, um Judiciário em constante crescimento e, na contramão, um Legislativo com 14 cadeiras? E não poderíamos deixar de registrar o voto vencido nesta matéria dos ilustres vereadores: Lourival dos Santos (do PCdoB, nosso Partido), José Severino Rosa (PT), João Gilberto Ripposati (PSDB), professor Godoy (PTB) e os peemedebistas Tony Carlos e Cléber Cabeludo.
E, lamentavelmente, o Legislativo, que representa o Povo, da forma mais abrangente, com sua proporcionalidade, permitindo as mais variadas ideias, interesses e anseios, de conservadores a democratas, trabalhistas, liberais, socialistas, comunistas e outros.
E não venham com o discurso populista ou alienante de que aumentar o número de vereadores aumentaria também os gastos públicos. É importante esclarecer que a arrecadação está diretamente vinculada ao número de habitantes, não possuindo qualquer relação com o número de cadeiras legislativas. Em síntese, a permanência de 14 cadeiras transparece uma Câmara fraca, elitista, sem representação e distante do Povo. Apenas para ilustrar, cidades vizinhas bem menores, como Araguari e Ituiutaba, para bom grado da Democracia, aprovaram 17 cadeiras, ou seja, três cadeiras a mais que em Uberaba.
Desta forma, retorno a pergunta inicial: A quem interessa 14 vereadores? Interessa ao político coronel, que perpetua a figura do “curral eleitoral”, autoritário, demagogo. Interessam aos defensores do Estado mínimo, sem institucionalidade e sem representatividade e in casu, um Poder Legislativo, longe de defender Leis que assegurem mais saúde, educação, cultura, segurança, transporte coletivo de qualidade e outros interesses do Povo.
Esta repugnante decisão da maioria dos nobres edis da nossa querida cidade de Uberaba será pensada, repensada, criticada e discutida; entretanto, somente a História terá condições de avaliar e medir os seus impactos e prejuízos desastrosos à nossa Democracia.